Luiz Otávio chega aos seis meses de recuperação pós-cirúrgica e evolui bem rumo ao retorno aos gramados
Já são oito meses desde a última vez em que Luiz Otávio vestiu a camisa do Ceará em uma partida oficial, maior período sem jogos para o capitão depois que ele chegou ao Time do povo, ainda em 2017. Se recuperando de uma lesão no joelho direito, o zagueiro completou seis meses de recuperação pós-cirúrgica e vem evoluindo de forma extremamente satisfatória, caminhando para a total recuperação e, assim, o retorno à equipe.
Ainda no fim de 2023, Luiz Otávio sofreu uma ruptura no Ligamento Cruzado Anterior, estrutura responsável por funções fundamentais para a estabilidade e funcionalidade do joelho. A lesão compromete, por exemplo, a estabilidade do membro inferior afetado por ela e o controle de movimentos rotacionais. Além da ruptura do LCA, Luiz sofreu uma contusão no menisco lateral, o que causava fortes dores e limitação de movimentos da estrutura do atleta.
Para a correção total da lesão de Luiz Otávio, a equipe médica do Ceará Sporting Club realizou, ainda no primeiro mês do ano, uma cirurgia para a retirada de uma parte da estrutura afetada pela lesão no menisco, além da reconstrução total do Ligamento Cruzado Anterior.
“O Luiz Otávio teve uma lesão do ligamento cruzado anterior e, junto a isso, uma lesão do menisco lateral, que foi um dos motivos que fez o joelho dele começar a bloquear movimentos e perder movimento. No começo do ano, fizemos a cirurgia que consiste em dois tempos cirúrgicos. Primeiro, fazer o reparo do menisco. A gente fez o reparo isso tirando aquela zona onde ele sentiu bloqueio. Além disso, a gente fez a reconstrução do ligamento cruzado anterior. Hoje, essa reconstrução acontece usando um reforço adicional do ligamento anterolateral. É uma combinação que a gente faz tanto da parte interna, que é o ligamento cruzado anterior, como da parte externa, que é esse reforço adicional”, contou Daniel Gomes, coordenador da parte médica do Centro de Saúde e Performance do Ceará.
Passada a cirurgia, era hora do período mais longo da recuperação, o da fisioterapia. Em conjunto com outros setores do CESP, a atuação dos fisioterapeutas do clube tinha como principal objetivo amenizar as dores do período pós-operatório e oferecer a Luiz Otávio uma maior mobilidade no joelho, além de mais força para a execução dos movimentos.
“O que cabe a nós da fisioterapia, tanto no pós-operatório imediato como agora, no pós-operatório tardio, é tentar sanar as dores do atleta, sejam dores recorrentes da cirurgia ou dores recorrentes do treinamento em si. No caso do Luiz Otávio, aplicamos isso com um protocolo voltado para o para recuperar ali a força dele e ele ter ganhos funcionais. Em conjunto com a fisiologia e com a preparação física, trabalhamos para que ele tivesse evolução nesses aspectos e tudo tem caminhado até melhor do que a gente imaginava”, afirmou Lucas Freire, fisioterapeuta do Mais Querido.
O trabalho multidisciplinar das equipes envolvidas na recuperação de Luiz Otávio foram e tem sido fundamentais para o sucesso do tratamento do atleta. Hoje, é mais fácil olhar para trás e pensar que o caminho tem sido trilhado de forma positiva, mas nem sempre foi assim.
“Na verdade, a pior parte, que é da recuperação, o período pós-lesão, eu acho que já passou. Momento de muitas dores, noites sem dormir. Logo quando você faz a cirurgia, nos primeiros dias, você fica se perguntando se vai dar para voltar, por conta das dores, mas aí você vai passando pelo período de reabilitação, e com a força dos profissionais, que eu pude contar, vivendo cada processo e cada etapa também, sendo bem consciente, isso já ficou para trás”, citou o zagueiro.
Um novo momento
Ao fim de cinco meses de recuperação, era hora de uma nova etapa do processo e, para isso, uma série de testes foi realizada para que os profissionais alvinegros tivessem em mãos os parâmetros necessários para a aprovação do novo passo de Luiz Otávio no caminho à volta ao campo. Surpreendendo positivamente, o atleta atingiu níveis que nem mesmo a equipe médica esperava, se mostrando pronto para iniciar o processo de transição.
“Quando ele completou em torno de cinco meses de recuperação, a gente fez uma série de avaliações, toda avaliação médica, fisioterapêutica e teste de força novamente. O objetivo era ver como é estava o equilíbrio muscular do atleta. E ele estava com níveis até acima do que a gente estava esperando. Então, por isso ele foi liberado para a transição com certa segurança”, ressaltou Daniel Gomes.
Nesta etapa da recuperação, o trabalho da equipe de preparação física ganha ainda mais notoriedade. Neste momento, as atividades de Luiz Otávio se dividem entre os trabalhos na academia e no campo, ainda de modo controlado, mas já em contato direto com a bola e, com menor impacto, com os companheiros de equipe.
“O Luiz fechou com a fisioterapia, primeiro, uma parte de treinamento mais clínica e, depois, uma parte um pouquinho mais física do treinamento. Com a gente, agora, ele trabalha uma forma um pouco mais controlada de carga ainda, porém uma um pouco mais dinâmica, já com o grupo, é uma transição com a preparação física, começando um processo de transição com o grupo. Ele vai ter um processo natural de tempo, até para a aquisição de cargas físicas de trabalho no campo, que é totalmente diferente do que a gente faz na academia, porque mesmo controlada com a gente, é um caso mais aberto. O primeiro objetivo com o Luiz era o ganho de força. Hoje, ele já está com um ganho de força interessante. O próximo passo dele, agora, já é o nível de potência”, contou o preparador físico Rodrigo Monginho.
Ainda sem poder participar da maioria das atividades comandadas por Léo Condé, Luiz Otávio já vive um estágio do tratamento em que pode vivenciar o dia a dia de campo e, mesmo em um ritmo reduzido, trabalhar no campo.
“Agora, estou vivendo um estágio em que voltei a jogar futebol. A parte em que eu começo a readaptação, com a parte de campo, que eu vou começar a performar, ter condições de, realmente, apresentar uma performance não só física, mas também técnica. Estou sendo inserido em alguns trabalhos já, como coringa, em trabalhos reduzidos, e mais específicos para a minha posição. Graças a Deus, tenho me sentido bem”, disse o capitão.
Ainda não é possível dimensionar o momento exato em que Luiz Otávio retornará aos gramados. Para que tudo ocorra da forma mais assertiva possível, os processos pré-estabelecidos serão respeitados e, com o decorrer do tempo, os testes físicos e clínicos serão repetidos até a liberação total para o trabalho com o grupo. Por enquanto, cabe ao capitão contribuir de outro modo, com a liderança presente nos mais de 300 jogos vestindo a camisa do Ceará.
“Muitos desse grupo eu conhecia de jogar contra. Quando eles chegaram aqui, a gente teve a oportunidade de conversar um pouco e mostrar como é o clube. Acredito que o meu exemplo, na verdade, o meu dia a dia, nos trabalhos que eles puderam acompanhar, viram a minha entrega, a minha dedicação e me deram até mais força do que eu dei pra eles. Muitas vezes, eu estava ali rodando, fazendo parte física, que nenhum jogador gosta e passava pelos caras, que me incentivavam. Aquilo me motivava pra caramba. Acho que eu tento passar isso pro grupo no dia a dia. Importância da entrega, do foco, da dedicação, da disciplina, mostrar um pouco que é o clube, do preço que você tem que pagar, o esforço que você tem que fazer pra conquistar algo", finalizou o atleta.
Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC
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