Foto: Stephan Eilert/Ceará SC

Foi de novo longe de casa. 15 anos depois, o Ceará fez de Campinas o salão de festas de toda sua torcida e retornará da cidade do interior paulista com uma vaga na Série A em sua bagagem. Em um 2024 difícil, fechamos o ano campeões estaduais e entre os quatro melhores da Série B, voltaremos para aquele lugar que é nosso por direito e, como não poderia ser diferente, fizemos isso ladeados pela Nação Alvinegra que nos empurrou do início dessa campanha até o fim dela fazendo de suas participações um show a parte. 

Um novo elenco
Tudo começou antes mesmo do primeiro apito em Ceará x Goiás, naquele 20/04/2024. Antes mesmo da temporada começar oficialmente, a torcida do Ceará mostrou o que faria nessa temporada, lotou o PV para um simples treino e aplaudiu nome a nome dos atletas que subiam ao gramado antes mesmo de vê-los jogar. 

Naquela tarde, muitos dos atletas que nos recolocaram de volta na primeira divisão do nosso futebol tiveram seus primeiros contatos com a torcida do Ceará e entenderam o que é a Nação Alvinegra. 

Um novo time havia sido formado e a promessa era de luta até o fim de cada jogo, independentemente da competição. Assim, trouxemos o Estadual de volta para casa e levamos o Ceará de volta para o seu lugar.  

Um começo difícil
Ainda celebrando um título com a cara e o jeito do Ceará, iniciamos o maior desafio da temporada em casa. Mesmo com muito apoio, o começo não foi como gostaríamos, as oscilações de um início de Série B traziam dúvidas, mas com ela crescia a força daqueles que nunca se permitiram desistir, afinal têm como lema nunca abandonar o clube de seus corações. 

A chegada do professor
Era hora de mudar e tudo precisava ser rápido. Se vai um treinador que conhece o clube, campeão como atleta e mais de uma vez à beira do campo para a chegada de um nome muitas vezes pouco badalado. 

A fala é mansa, quase nunca sai do tom. Comedido nas vitórias, sereno nas dificuldades, Condé nunca escondeu, desde sua chegada, que precisaríamos escalar uma montanha íngreme, caso quisessemos sonhar com o acesso. Estipulou metas depois de duas derrotas doloridas logo que chegou e superou o objetivo. Seguiu falando que era difícil, mas que deveríamos acreditar, pois era possível. Cumpriu mais uma vez. Fecha um 2024, exatamente como fez em três dos últimos quatro anos: ascendendo de divisão no futebol nacional.

Um ataque fulminante
Com Léo Condé, ganhamos uma base para o time titular, um padrão de jogo e um setor que já dava resultados foi potencializado. Pulga, Aylon e Saulo Mineiro se firmaram como titulares de nosso ataque, dividiram protagonismo, apareceram quase que igualmente e terminam a Série B figurando entre os artilheiros da competição. 

Em 38 jogos, foram mais de 40 comemorações de nossa torcida patrocinadas pelo trio de ataque alvinegro. 

Uma nação inteira
Seria injusto e quase impossível falar do que nos levou ao acesso sem uma referência àqueles que, mesmo quando a tabela, a matemática e os prognósticos diziam que era hora de para de acreditar, se negaram a abandonar o amor pelo Ceará. O ato de jogar junto ganhou o Castelão como palco e nas arquibancadas do estádio milhares de crenças se uniam, Deus mostrava na inocência de uma criança saber o que estava fazendo e uma nação inteira trajada de preto, branco e roxo na reta final de Série B negou que seu amor fosse calado, gritando repetidas vezes "vamos subir, vovô". 

Subimos, Nação. O Ceará está de volta ao seu lugar.

 Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC